Hosana ao Filho de Davi – Domingo de Ramos
Abre-se a Semana Santa com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém “Subamos juntos ao monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo, que hoje volta de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, a fim de realizar o mistério de nossa salvação” Somos convidados hoje pela Sagrada Liturgia a estar com Jesus em Jerusalém, o cenário principal em que acontece a nossa Páscoa e a fixarmos o olhar na glória de Cristo, Rei eterno, a fim de nos prepararmos e compreendermos melhor o valor de sua humilhante Paixão. Não estamos hoje dramatizando um acontecimento de dois mil anos atrás. Estamos revivendo, fazendo memória. Jesus chega hoje a Jerusalém vive todo o processo movido contra ele, que o leva à dolorosa morte na Cruz. Jesus entra em Jerusalém, uma multidão de discípulos o aclama, diz o evangelho. Há muita esperança no meio do povo. De acordo com uma tradição antiga, esperam um Messias. Ninguém sabe direito como será ele. Muitos esperam um novo Rei, que irá restaurar as glóriasdo tempo de Davi. Ao longo de sua vida Jesus sempre se opôs a toda manifestação pública e fugiu quando queria o povo proclamá-lo Rei. Hoje Ele se deixa conduzir em triunfo. Só agora nas vésperas de sua morte é que aceita publicamente aclamá-lo como Rei. Mas um rei com características inconfundíveis: “O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, e ninguém ouvirá sua voz. Pelo contrário, será manso e humilde, e se apresentará com vestes pobres e aparência modesta”.Entrará na cidade santa montado num jumento, proclamará sua realeza messiânica somente diante dos tribunais. Alguns têm medo, gostariam que a multidão não fizesse tanto barulho, e especialmente que não chamasse Jesus de “rei”. Pressentem encrenca à frente: certamente as autoridades não irão gostar. Mas o povo aclama feliz – e Jesus deixa aclamar. Jesus entra em Jerusalém como rei messiânico, humilde, pacifico, em atitude de serviço e não de poder. Ele é o “Servo paciente”, que o profeta Isaías nos descreve hoje, que se encaminha para enfrentar pacificamente, sem violência, a humilhação e o aparente fracasso, impostos pela maldade humana. Mas Ele entra para vencer! Como? Pelo amor. “O caminho de Jesus, e, portanto, também do cristão, é paradoxal: pelo fracasso ao triunfo, pela derrota à vitória, pela humilhação à glória, pela morte à vida e à ressurreição”. “Em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor,revestidos dele próprio, ‘vós todos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo’ – prostremo-nos a teus pés como mantos estendidos”. Ao recordar a alegria do povo de Israel, que proclamava Rei o humilde Jesus de Nazaré, nós cristãos, fazemos uma profissão de fé sincera em Jesus, Filho de Deus e irmão nosso. Ele nos conquistou para si e fez de nós o Reino do Pai, não através da força nem do poder, mas dando a própria vida por nós e elevando-nos á dignidade de filhos, mediante sua ressurreição. Peçamos ao Senhor que Ele entre em nossas vidas como Deus e Senhor; que Ele seja o único Senhor de nossas vidas, que reine em nossas famílias, em nossos grupos, em nossa sociedade. E que nos ajude a manter a dignidade de filhos de Deus e nos conceda o dom precioso da fraternidade. Ao sair da Igreja, levemos para casa uma lembrança do que ouvimos e vimos: são os ramos, abençoados nesta celebração. Os ramos são um sinal da a esperança e da certeza da libertação; do compromisso de seguir Jesus e também com os crucificados deste mundo. Aclamar Jesus é acolher o seu projeto, ser sinal de salvação para os irmãos.
Padre Marcelo Gualberto Monteiro
Secretário Nacional da Pontifícia Obra Propagação da Fé e Juventude Missionária
Pontífícias Obras Missionárias – (POM – Brasil)
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