História da Igreja: 21/10/2010 - Parte 1

22-10-2010 07:29

 

Jesus à queda de Roma ( 0 a 476)

- "Na plenitude dos tempos Deus enviou seu Filho ao mundo nascido de uma mulher..." (Gl 4,4)

- Ano Zero - O Imperador Otávio Augusto (30 a.C. - 14 d.C.), Roma viveu a paz (Pax Romana)

100.000 km de estradas.

 Fala-se o grego.

- Orígenes de Alexandria (184-254):

 "Deus preparou os povos e fez que o Império Romano dominasse o mundo inteiro... porque a existência de muitos reinos teria sido um obstáculo à propagação da doutrina de Deus sobre a terra" (Contra Celso II 30).

- Decadência moral e filosófica.

O pensamento grego chegou ao seu auge com Platão (428-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), depois decaiu.

- Época das Religiões de mistérios

- misticismo no lugar da razão. Preparou o Cristianismo.

- S. Clemente de Alexandria (? 214)

A filosofia é "um dom que Deus concedeu aos gregos" (Stromata I 2,20).

"A filosofia educou o mundo grego como a Lei de Moisés educou os hebreus (Gl 3,24), orientando-os para Cristo" (Stromata I 5,28).

- Jesus Cristo:

Herodes o Grande (37- 4a.C.), estrangeiro idumeu, rei vassalo de Roma.

- No ano 6 d.C. a Judéia foi incorporada à província romana da Síria, cuja administração competia a um Procurador que residia em Cesaréia (Palestina).

A data do Natal de Cristo - monge Dionísio o Pequeno (? 556), que se enganou fixando-a no ano 753 (25 de dezembro) da fundação de Roma.

Cristo nasceu 6 a 7 anos antes do ano zero.

Jesus Cristo existiu?

Documentos de escritores romanos (110-120):

1.  Tácito (Publius Cornelius Tacitus, 55-120), historiador romano, escritor, orador, cônsul romano (ano 97) e procônsul da Ásia romana (110-113), falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta:

"Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma" (Anais, XV, 44).

2.  Plínio o Jovem (Caius Plinius Cecilius Secundus, 61-114), sobrinho de Plínio, o Velho, foi governador romano da Bitínia (Asia Menor), escreveu ao imperador romano Trajano, em 112:

"...os cristãos estavam habituados a  se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus". (Epístolas, I.X 96)

3. Suetônio (Caius Suetonius Tranquillus, 69-126), historiador romano,  no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este "expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (= Christós, Cristo), se haviam tornado causa frequente de tumultos" (Vita Claudii, XXV).

Atos 18,2 confirma. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens.

Documentos Judaicos:

1. O Talmud (Coletânea de leis e comentários históricos dos rabinos judeus posteriores a Jesus) apresentam passagens referentes a Jesus. Judeus combatiam a crença em Jesus, daí as palavras adversas a Cristo.

Tratado Sanhedrin 43a do Talmud da Babilônia:

"Na véspera da Páscoa suspenderam  a uma haste Jesus de Nazaré. Durante quarenta dias um arauto, à frente dele, clamava: "Merece ser lapidado,  porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à rebelião. Quem tiver algo para o justificar venha proferí-lo!" Nada, porém se encontrou que o justificasse; então suspenderam-no à haste na véspera da Páscoa."

2. Flávio Josefo,  historiador judeu (37-100), fariseu, escreveu palavras impressionantes sobre Jesus:

"Por essa época apareceu Jesus, homem sábio, se é que há lugar para o chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia  ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos" (Antiguidades Judaicas,  XVIII, 63a).

Documentos Cristãos:

Os Evangelhos:  narram com riqueza de detalhes históricos, geográficos, políticos e religiosos a  terra da Palestina no tempo de Jesus. Os evangelistas não poderiam ter inventado tudo isto com tanta precisão.

São Lucas, que não era apóstolo e nem judeu, fala dos imperadores Cesar Augusto, Tibério; cita os governadores da Palestina: Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe, Lisânias, e outros personagens como Anás e Caifás (Lc 2,1;3,1s). Todos são muito bem conhecidos da História Universal.

São Mateus e São Marcos falam dos partidos políticos dos fariseus, herodianos, saduceus (Mt 22,23; Mc 3,6).

São João cita detalhes do Templo: a piscina de Betesda (Jo 5,2), o Lithóstrotos ou Gábala (Jo 19, 13), e muitas outras coisas reais. Nada foi inventado, tudo foi comprovado pela História.

Onde estão os originais dos Evangelhos?

Conhecem-se cerca de 5236 manuscritos (cópias) do texto original grego do Novo Testamento, comprovados como autênticos pelos especialistas. Estão assim distribuídos: 81 papiros; 266 códices maiúsculos; 2754 códices minúsculos e 2135 lecionários.

Número            Conteúdo         Local                Data (Século.)

 

p1                    Evangelhos      Filadélfia (USA)             III

p2                    Evangelhos      Florença (Itália)                         VI

p3                    Evangelhos       Viena (Áustria)              VI/VII

p4              Evangelhos             Paris                                        III

p5                    Evangelhos      Londres                                    III

p6                    Evangelhos      Estrasburgo                                          IV

p7                    Atos                Berlim                                      IV

  

Em resumo, existem 76 papiros do texto original do Novo Testamento. Acham-se ainda em Leningrado (p11, p68), no Cairo (p15, p16), em Oxford (p19), em Cambridge (p27), em Heidelberg (p40), em Nova York (p59, p60, p61), em Gênova (p72, p74, p75),..

A PERSEGUIÇÃO ROMANA

- De  Nero (64) até a conversão de Constantino no ano 313.

Causas:

- Divinização do Imperador

- Acusação de serem os cristãos causa de calamidades públicas, pestes, inundações, fome, invasões de bárbaros...

Fatores que ajudaram o Cristianismo:

1 - O mundo greco-romano estava decadente no plano da filosofia e dos costumes.       

2 - Tertuliano de Cartago (?220), jurista romano convertido à fé cristã no fim do século II:

"A alma humana é naturalmente cristã". Os cristãos primavam pela retidão de costumes, pelo amor fraterno, pela castidade...

"Vêde como se amam mutuamente e como estão prontos a morrer um pelo outro!" (Apologeticum 39).

"Sanguis martirum sêmen cristianorum" (Carta a Antonino Pio)

"Plures efficimur quoties metimur a vobis, semen est sanguis christianorum". - "Mais numerosos nos tornamos todas as vezes que somos por vós ceifados; o sangue dos cristãos é semente" (Apologeticum 50).

 - Latâncio (? após 317): "Cresce a religião de Deus quanto mais é premida" (Instituições, V 19,9).

3 - Os cristãos tinham o zelo missionário. Homens e mulheres, livres e escravos, comerciantes e soldados sentiam o dever de transmitir a Boa-Nova.

Imperadores Romanos e perseguição.

- Otávio Augusto - 30 aC - 14 dC - nasce Jesus Cristo

- Tibério - 14 - 37 - era de terror

- Herodes constrói Tiberíades.

- Cláudio - 41-54 - expulsou de Roma os judeus.

- 30 primeiros papas martirizados

- Nero - 54- 68 - 1ª perseguição, martírio de Pedro de Paulo - suicidou-se.

- Domiciano (81-96) - 2ª perseguição aos cristãos,  "Dominus ac Deus" (Senhor e Deus).

- São João  exilado na ilha de Patmos (cf. Ap 1,9).

Nobres ?: cônsul Acilo Gabrion, Flavio Clemente e a esposa Flávia Domitila, Papa S. Anacleto.

- Trajano (98-117)  perseguiu os cristãos.

 ?: S. Papas: Clemente, Evaristo, Alexandre I.

- Adriano - 117-138 - paganismo na Terra Santa.

?: Papas Sisto I e Telésoforo

- Antonino Pio - 138-161

 - Marco Aurélio - 161-180 - filósofo estóico, perseguiu os cristãos. Executou S. Justino e o senador Apolônio, papas Aniceto, Sótero, Eleutério.

-193- 211 - Septímio Severo - perseguiu cristãos e judeus Mártires: S. Perpétua e S. Felicidade (Cartago), S. Clemente de Alexandria. Papas Vitor I, Zeferino.

- 222 - 235 - Alexandre Severo: ?: Urbano I, Ponciano

 - Décio; 251-253 - obrigou a adesão à religião do Estado - libellus - penas: cárcere, confiscação de bens, exílio, trabalhos forçados, pena de morte. Mártir Papa S. Fabiano e S. Águeda.

253-260 - Valeriano - perseguiu os cristãos - Mártires: Papa Estevão I (degolado), Sisto II, S. Cipriano, S. Lourenço, S. Tarcisio.

270 - 275 - Aureliano - perseguiu os cristãos

- Diocleciano (284-305) fortaleceu a religião do Estado.

7 a 10 milhões de fiéis num total de 59 milhões de habitantes do Império;

- Prisca, sua esposa, e sua filha Valéria eram favoráveis ao Evangelho, além de altos oficiais do exército e da corte. 

Mais longa perseguição. Em 304 decreto obrigava sacrificar aos ídolos.

?: S. Sebastião, S. Luzia, S. Inês. Papa Marcelino, Marcelo I.

- 306 - 337 - Constantino - fim da perseguição 

- Edito de Milão

 





DATA DA PUBLICAÇÃO: 21/10/2010