A maternidade diviniva - Maria virgem após o parto - Filho Unico

08-10-2010 10:25

 
APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO - A MATERNIDADE DIVINA: Maria Virgem após o parto - O Filho único.

A virgindade após o parto – o Filho Único

         São sete os textos do NT que mencionam irmãos de Jesus, o mais expressivo é o de Mc 6,3: “Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?(cf. Mt 13,55s).

 

         Qual o parentesco vigente entre esses “irmãos de Jesus”?

 

         Há claros indícios de que os chamados “irmãos de Jesus” não eram filhos da mãe de Jesus, pois Jesus foi filho único:

 

         Lc 2,41-52: “Jesus, aos doze anos, foi com José e Maria a Jerusalém, permanecendo aí os sete dias da festa de Páscoa” (Lc 2,43).  Contando os dias de viagem de ida e volta.  A Sagrada família deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa.  Ora Maria não pode ter deixado no lar por tanto tempo filhos pequenos.  Donde se conclui, que Jesus aos doze anos era filho único.

 

         Digamos, a título de hipótese: depois dessa peregrinação Maria gerou outros filhos... O mais velho desses irmãos de Jesus teria então, no início da vida pública do Senhor, cerca de dezoito anos de idade.  Com efeito; a atitude autoritária dos “irmãos” para com Jesus, descrita em Mc 3,21.31-35 e Jo 7,2-5, no Oriente não teria cabimento se esses irmãos fossem mais jovens; a mentalidade judaica exigia dos irmãos mais moços um comportamento de reverência para com o primogênito.  Os homens autoritários que se dirigem a Jesus em Mc 3 e Jo 7, deviam ser mais velhos do que o Senhor; por conseguinte, não eram filhos de Maria.

 

         Jo 19,26s: Jesus, ao morrer, confiou sua mãe a João, filho de Zebedeu, membro de outra família.  Este gesto do Senhor seria incompreensível se Maria tivesse outros filhos em casa.

 

POR QUE “IRMÃOS”?

O FUNDO SEMITA

         O aramaico que os judeus falavam no tempo de Jesus e que os evangelistas supõem, era língua pobre de vocábulos.  A palavra aramaica e hebraica áh podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos e até parentes mais distantes. A tradução grega do AT realizada em Alexandria usa nos textos citados a palavra grega adelphós, irmãos, embora o grego possuísse vocábulos próprios para dizer primo e sobrinhos.  O linguajar dos LXX, que conservava seu fundo semita, influi profundamente na linguagem dos escritores do NT.

 

PRIMOS DE JESUS

         Alguns textos dos Evangelhos nos fornecem pistas:

 

         Mt 27,56: “Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas e Maria de Mágdala”.  Alguns comentadores: Maria, mãe de Tiago e José, era também irmã de Maria, Mãe de Jesus.  Outros preferem o texto Jo 19,25: “a irmã de sua mãe” e “Maria (esposa) de Cleofas)” como sendo duas mulheres.


 

           Os nomes Cleofas e Alfeu designam a mesma pessoa, que são forma gregas do nome aramaico Claphai.  Disto se segue e Cleofas e Maria de Cleofas tiveram como filhos Tiago, José Judas e Simão.  Estes, portanto, eram primos de Jesus.

 

   

        Maria, esposa de Cleofas, era irmã de Maria, Mãe de Jesus? – Pelas íntimas relações que uniam as famílias de Cleofas e São José (este morreu antes do início da vida pública de Jesus).  Parece então que Maria Ssma se retirou com seu Filho para a casa de seu cunhado, de sorte que as duas famílias se fundiram numa só. Quando Jesus, aos trinta anos, deixou sua Mãe para iniciar sua missão pública, os primos de Jesus, movidos pelo forte senso de família dos orientais, se tornaram solidários com Maria, acompanhando-a em suas saídas (a mulher oriental não se apresentava sozinha em público).  Isto explica que nos Evangelhos Maria apareça freqüentemente em companhia dos “irmãos de Jesus”, que não eram seus filhos.

 

         Uma sentença que, de vez em quando, é apresentada, mas não goza de probabilidade: os “irmãos de Jesus” seriam filhos de José nascido de um primeiro matrimônio do patriarca.  Outra sentença, de pouca autoridade, afirma que os “irmãos de Jesus” eram filhos adotivos de São José.

 
fonte da notícia: ISCR - Inst. Sup. Ciencias Rel (anotações)