UM POUCO DA VIDA DE SÃO VICENTE DE PAULO

08-12-2010 06:31

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

G
osto de falar dos grandes homens que souberam cantar o amor com a palavra e a vida. Assim, gosto de Pablo Neruda, poeta chileno, que com sua poesia, soube como ninguém, cantar a beleza e a ternura do amor humano. Ele, bem que poderia voltar para nos ensinar a arte da sedução pela palavra e o encanto do amor, num mundo onde o amor está sendo banalizado e jogado às traças. Cantar o amor humano, assim como fizeram Neruda, Guimarães Rosa e tantos outros é algo maravilhoso. Jesus, ao falar do amor de Deus por nós, usa imagens de casamento e noivado. Os profetas bíblicos também usaram o amor humano para falar do amor de Deus. Ele é a melhor linguagem para falar desse amor.
O homem é capaz de produzir muitas coisas bonitas. Mas, o amor é o que há de mais belo e nobre  do que ele é capaz de produzir. Só existe algo ainda mais belo do que o amor de  um homem por  uma mulher: É  amor de um homem para com todos os outros! Foi esse amor que marcou a vida de tantos santos e santas de nossa Igreja. Alguns abriram mão de um casamento, algo a que teriam direito, para se dedicar ao maior número de pessoas possíveis. Foi esse amor que motivou São Vicente de Paulo durante toda sua vida.
São Vicente de Paula nasceu na França em 1581. Filho de uma família pobre dedicou desde cedo ao trabalho. Era guardador de porcos. Já na infância soube amar a Deus e ao próximo. Consta que quando criança era devoto de Maria Santíssima e repartia com os mais pobres a comida da marmita. Logo após sua ordenação sacerdotal em 1600, foi aprisionado pelos muçulmanos e vendido como escravo. Nessa condição viveu por muito tempo e, finalmente conseguiu converter à fé cristã seu último dono. Voltando à França dedicou toda sua vida aos pobres, à formação dos padres, pregação de retiros espirituais e obras de caridade. São Vicente faleceu em 1860, com quase 80 anos.
Algum tempo, após sua morte em 1813, inspirou um jovem universitário, Frederico Osanan em sua grande obra de caridade. Esse trabalho iniciado há muito  tempo veio parar no Brasil, graças aos padres da missão, um grupo fundado por São Vicente. Hoje temos inúmeras conferências vicentinas em todo o Brasil.
Em Pará de Minas, acontece um dos trabalhos mais bonitos motivados pelo espírito vicentino. Trata-se da Cidade Osanan, uma verdadeira cidade que acolhe os pobres, idosos e inválidos. Alguns são esquecidos pela própria família! Na Cidade Osanan, experimentam abrigo e calor humano. Os vicentinos prestam  um grande serviço à nossa região. Na origem desse trabalho tão bonito está o exemplo de São Vicente de Paulo, o grande apóstolo da caridade. Em seus escritos ele dizia: Se durante a oração, um pobre bater à sua porta, suspenda a oração e vá atendê-lo, pois Cristo se revela no rosto do pobre. O trabalho vicentino é um trabalho silencioso, discreto e humilde. Mas, com toda essa simplicidade ele devolve a vida e a alegria àqueles que foram esquecidos pela nossa sociedade de consumo.
Hoje precisamos  falar dessas coisas bonitas para os jovens e as crianças. Não podemos nos esquecer de apontar os santos como exemplos a serem seguidos. Muitos jovens não conhecem mais a nobreza de um trabalho voluntário e filantrópico. Por isso, precisamos resgatar o exemplo de Frederico Osanam. Os pobres não acabaram. O que endureceu foi o nosso coração! Mas, ainda podemos mudar esse quadro. É preciso acreditar no amor como o único caminho para Deus. Que São Vicente nos  ensine a amar e nos proteja da indiferença com relação àqueles que mais precisam de nós!
 

FONTE PADRE GABRIEL