GANHAR OU PERDER

03-10-2010 17:03

Ganhar ou perder
Dom José Alberto Moura
Ninguém gosta de perder nada. Ao contrário, nosso impulso instintivo corre na direção da conquista de algo bom. Mas, dependendo da natureza do bem buscado, podemos nos enganar e perder todo o esforço quando erramos o alvo. Se, por exemplo, lutamos para conquistar um prêmio e este for uma quimera ou ilusão, percebemos que não valeu a pena tanto sacrifício e esforço nessa direção. Ao invés de obtermos algo de grande valor, como o de um valioso diamante, percebemos que era apenas um material de vidro lapidado. A decepção é grande! Quantos erros de enfoque estamos sujeitos a cometer, muitas vezes levados pela propaganda enganosa!

 

Jesus, o Filho de Deus, nos dá verdadeira lição de busca do verdadeiro tesouro. Alcançá-lo exige renúncia, sacrifício, exercício ou contínuo treinamento, boa escolha, remar contra a correnteza dos instintos, da propaganda, espírito crítico adequado, avaliação... Nossos sentidos são continuamente aguçados, provocando apetite para termos atitudes e optarmos por aquilo que é mais cômodo e traz prazer ou bem estar sensível imediato, nem sempre coerente com a busca de valores mais consistentes da vida. Continuamente a mídia nos oferece estímulo para comprarmos ou buscarmos o que é mais atraente no momento. Se não soubermos discernir ou avaliar o que nos oferecem e agradam nossos instintos, podemos não acertar com a boa escolha. Por outro lado, o condicionamento de nossa mente para realizarmos determinadas ações ou planejamento de conduta depende muito de como o aprendemos desde a infância ou influências posteriores. Os exemplos, bons ou maus que nos cercam, podem influenciar nossas opções. Normalmente temos a tendência ao mais cômodo. Se isso for reforçado continuamente em nós, podemos formar a personalidade com o endereçamento à prática dessa tendência.

 

Muito bem sabendo da busca do comodismo humano, Jesus nos desafia para andarmos pelo caminho do esforço consequente com a boa escolha do ideal, imitando-O: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lucas 9, 23-24). É justamente a base da sustentação do amor. Dar-se em bem do outro exige renúncia do comodismo. Não se trata de buscar o sofrimento pelo sofrimento e sim o esforço, mesmo com o sofrimento, para se conquistar um bem maior. Afinal, até num bom esporte a pessoa deve passar por um esforço e exercício para conquistar o objetivo do mesmo. Assim, para se conquistar o prêmio absoluto da vida, precisamos ordenar nosso esforço na direção da vida do sentido apresentado por Deus. Caso contrário, nossa vida se torna insípida e sem sentido. Só acumular para si tesouro, vantagens egoístas, prazeres passageiros e títulos, sem compromisso de vida no amor e construção de convivência justa, fraterna e solidária, não nos eleva à dignidade de grandeza de alma. A vida de amor a Deus nos faz sacrificar pelo bem do semelhante, com o ideal de servir. Utilizamos, assim, os dons recebidos de Deus para beneficiarmos a sociedade.

 

Fonte:catequeseliturgica.com.br